Confirmada a saída de Abel Braga e a contratação do seu substituto: Alexandre Gallo. De pouca experiência como técnico e tendo apenas treinado uma grande equipe do futebol brasileiro, o Santos, Gallo é uma incerteza. Não apostaria minhas fichas nele. Acho que o Inter poderia ter trazido o Paulo Autuory, eliminado da Copa do Brasil, Mário Sérgio (que fez um verdadeiro milagre no Figueirense, tirando o time que estava atolado na lanterna do Catarinense, para transformá-lo numa das melhores equipes da Copa do Brasil), ou até mesmo Antônio Lopes, atualmente sem clube. Mas... vamos torcer para que o tal Gallo dê certo.
Voltando a falar no Abelão, quem acompanha este blog sabe que eu fui contra a vinda do Abel Braga. Lembrava das fracas passagens anteriores que ele teve pelo Inter e me perguntava: "Meu Deus, como pode o Inter trazer de volta um técnico que teve várias chances e não deu certo"? Não conseguia acreditar que o Abel estava de volta ao Beira-Rio. Não dava mais do que seis meses para ele ser demitido.
Mas o Inter de Abel começou bem, ganhando partidas sensacionais na Libertadores, como as viradas inesquecíveis contra o Pumas, no Beira-Rio, e o Nacional, no parque Central. E no Gauchão, íamos patrolando os adversários, como os 4x3 no Passo Fundo e o massacre de 6x2 em cima do São José (nesta partida, a dupla Rentería e Mossoró jogou muito!). O Inter chegou a ter 37 jogos de invencibilidade. Mas, apesar disso, a perda do título regional pôs fim à paz momentânea que havia entre Abel e a torcida.
Na época, para mim, pouco importava o valor do Gauchão. Se o Inter conquistasse ou não, pouca diferença faria para o restante da temporada. O que eu não sabia é que o título iria parar nas mãos do nosso arquirrival bi-segundão. Isto foi um absurdo! A imprensa local logo pediu a cabeça do Abelão. Até a metade do ano, o Abel era criticado por não ter definido um esquema de jogo para a equipe. Certa vez, questionado pelo fato do time ganhar algumas partidas sem convencer, o Abel disse uma das frases que mais marcaram sua passagem pelo Inter: "Quem quiser assistir espetáculo, que vá assistir ao show do Roberto Carlos". lembro não ter concordado com isso. Mas eu só entenderia o que ele quis dizer no final do ano.
Mesmo sendo duramente malhado, o Abel, que era tachado de "pé-frio", conseguiu levar o Inter à conquista da Libertadores contra o então campeão do mundo, o São Paulo. Quem apostaria que ele, que havia perdido o título da Copa do Brasil com Flamengo e Fluminense, e tirado o Flu da Libertadores ao perder consecutivamente as últimas seis partidas do time dele no Zveitão 2005, iria ser campeão da principal competição das Américas? Eu não. E nunca irei esquecer do desabafo dele após o jogo do título, no Beira-Rio, erguendo as mãos aos céus e agradecendo. Disse o Abel aos repórteres: "O Romário, uma vez, disse que Deus olhou para ele e falou: 'você é o cara!'. Eu me perguntava quando que eu seria 'o cara'". Abel estava claramente chateado de ser rotulado como um fracassado.
O Inter finalmente ganhava o merecido respeito no País. Respeito esse que fora perdido com o passar dos anos, devido às inúmeras más administrações que passaram pelo clube. Abel Braga e, principalmente, Fernando Carvalho, resgataram a dignidade do povo colorado em 2006. O Inter terminou o Brasileirão com o vice-campeonato, até então inédito para um campeão de Libertadores. Mas o Abel queria mais, o Inter queria mais, nós colorados queríamos mais. E nosso anseio de vários anos pelo título do Japão, as inúmeras vezes que pronunciávamos "Rumo à Tóquio", mesmo sabendo que não tínhamos time nem para atravessar o Mampituba e ganhar um título fora dos limites gaúchos... tudo isto acabaria naquela eterna manhã de domingo do dia 17 de dezembro. Agora aquela frase do Abel dita no meio do ano fazia sentido. Pouco adiantou o Barcelona dar "show" contra os mexicanos se teriam pela fraente na final o eficiente Inter do Abel. O mundo definitivamente era nosso!
Veio 2007, aquele clima todo de festa. E o time degringolou no Gauchão e na Libertadores. Eu defendia a permanência do Abel até aquele jogo contra o Vélez, na Argentina. Mas depois da escalação totalmente equivocada, com Michel no meio e outras bizarrices, e o banho de bola que elvamos dos argentinos, eu parei de apoiar o Abel desde então. Não era ingratidão, mas não havia mais clima para ele no Inter. O Abel aparentava cansaço nas entrevistas. Acho que ele deve ter tido a sensação de missão cumprida com a conquista da Libertadores e do Mundial ano passado, após anos sofrendo com as críticas.
Abel se vai, mas a grande contribuição dele para o Inter é que fica. Não serão estes tropeços de 2007 que irão apagar toda a gloriosa trajetória dele em 2006. Um ano incomum no futebol brasileiro. Lembrarei eternamente que foi sob seu comando que o Inter pela primeira vez conquistou os principais títulos internacionais que um clube pode almejar. Ele inscreveu seu nome à ouro na galeria dos maiores nomes de toda a história do Sport Club Internacional. Muito obrigado, Abel Braga!!!!
Voltando a falar no Abelão, quem acompanha este blog sabe que eu fui contra a vinda do Abel Braga. Lembrava das fracas passagens anteriores que ele teve pelo Inter e me perguntava: "Meu Deus, como pode o Inter trazer de volta um técnico que teve várias chances e não deu certo"? Não conseguia acreditar que o Abel estava de volta ao Beira-Rio. Não dava mais do que seis meses para ele ser demitido.
Mas o Inter de Abel começou bem, ganhando partidas sensacionais na Libertadores, como as viradas inesquecíveis contra o Pumas, no Beira-Rio, e o Nacional, no parque Central. E no Gauchão, íamos patrolando os adversários, como os 4x3 no Passo Fundo e o massacre de 6x2 em cima do São José (nesta partida, a dupla Rentería e Mossoró jogou muito!). O Inter chegou a ter 37 jogos de invencibilidade. Mas, apesar disso, a perda do título regional pôs fim à paz momentânea que havia entre Abel e a torcida.
Na época, para mim, pouco importava o valor do Gauchão. Se o Inter conquistasse ou não, pouca diferença faria para o restante da temporada. O que eu não sabia é que o título iria parar nas mãos do nosso arquirrival bi-segundão. Isto foi um absurdo! A imprensa local logo pediu a cabeça do Abelão. Até a metade do ano, o Abel era criticado por não ter definido um esquema de jogo para a equipe. Certa vez, questionado pelo fato do time ganhar algumas partidas sem convencer, o Abel disse uma das frases que mais marcaram sua passagem pelo Inter: "Quem quiser assistir espetáculo, que vá assistir ao show do Roberto Carlos". lembro não ter concordado com isso. Mas eu só entenderia o que ele quis dizer no final do ano.
Mesmo sendo duramente malhado, o Abel, que era tachado de "pé-frio", conseguiu levar o Inter à conquista da Libertadores contra o então campeão do mundo, o São Paulo. Quem apostaria que ele, que havia perdido o título da Copa do Brasil com Flamengo e Fluminense, e tirado o Flu da Libertadores ao perder consecutivamente as últimas seis partidas do time dele no Zveitão 2005, iria ser campeão da principal competição das Américas? Eu não. E nunca irei esquecer do desabafo dele após o jogo do título, no Beira-Rio, erguendo as mãos aos céus e agradecendo. Disse o Abel aos repórteres: "O Romário, uma vez, disse que Deus olhou para ele e falou: 'você é o cara!'. Eu me perguntava quando que eu seria 'o cara'". Abel estava claramente chateado de ser rotulado como um fracassado.
O Inter finalmente ganhava o merecido respeito no País. Respeito esse que fora perdido com o passar dos anos, devido às inúmeras más administrações que passaram pelo clube. Abel Braga e, principalmente, Fernando Carvalho, resgataram a dignidade do povo colorado em 2006. O Inter terminou o Brasileirão com o vice-campeonato, até então inédito para um campeão de Libertadores. Mas o Abel queria mais, o Inter queria mais, nós colorados queríamos mais. E nosso anseio de vários anos pelo título do Japão, as inúmeras vezes que pronunciávamos "Rumo à Tóquio", mesmo sabendo que não tínhamos time nem para atravessar o Mampituba e ganhar um título fora dos limites gaúchos... tudo isto acabaria naquela eterna manhã de domingo do dia 17 de dezembro. Agora aquela frase do Abel dita no meio do ano fazia sentido. Pouco adiantou o Barcelona dar "show" contra os mexicanos se teriam pela fraente na final o eficiente Inter do Abel. O mundo definitivamente era nosso!
Veio 2007, aquele clima todo de festa. E o time degringolou no Gauchão e na Libertadores. Eu defendia a permanência do Abel até aquele jogo contra o Vélez, na Argentina. Mas depois da escalação totalmente equivocada, com Michel no meio e outras bizarrices, e o banho de bola que elvamos dos argentinos, eu parei de apoiar o Abel desde então. Não era ingratidão, mas não havia mais clima para ele no Inter. O Abel aparentava cansaço nas entrevistas. Acho que ele deve ter tido a sensação de missão cumprida com a conquista da Libertadores e do Mundial ano passado, após anos sofrendo com as críticas.
Abel se vai, mas a grande contribuição dele para o Inter é que fica. Não serão estes tropeços de 2007 que irão apagar toda a gloriosa trajetória dele em 2006. Um ano incomum no futebol brasileiro. Lembrarei eternamente que foi sob seu comando que o Inter pela primeira vez conquistou os principais títulos internacionais que um clube pode almejar. Ele inscreveu seu nome à ouro na galeria dos maiores nomes de toda a história do Sport Club Internacional. Muito obrigado, Abel Braga!!!!